A Artocarpus hetrophyllus, conhecida popularmente como jaca, é uma fruta originária das florestas úmidas da Índia que acabou se dando muito bem no ambiente tropical brasileiro. Devido à estranheza de sua aparência, cheiro e tamanho a fruta é normalmente deixada de lado no cardápio de grande parte dos brasileiros. No entanto, ela apresenta diversos benefícios nutricionais.
Assim como todas as frutas, a jaca é rica em vitaminas e minerais. Segundo a nutricionista Mirian Martinez, do Hospital São Luiz, “a jaca é rica em fibras, cálcio, ferro, fósforo, vitaminas do complexo B (B2 e B5) e vitamina C”. Por apresentar todas essas características, é um alimento que ajuda na digestão, na construção de ossos e cartilagens além de fortalecer o sistema imunológico. Mirian ainda conta que “foi descoberto na jaca algumas propriedades anti-tosse além de fatores altamente cicatrizante em tecidos”. Ainda segundo a nutricionista a melhor forma para se consumir esse alimento obtendo todos esses benefícios é em sucos, vitaminas ou na fruta pura.
O fato de ser uma fruta muito grande - algumas podem chegar até 20 quilos - também fazem com que alguns não tenham o hábito de consumí-la. Nesse caso, Mirian diz que uma das opções é fazer doces, geleias e ainda separá-la em pequenas porções para guardar na geladeira.
“Mesmo na geladeira a durabilidade da jaca é muito pequena, em três dias pode ser que ela estrague, por isso, o melhor mesmo é abrí-la em locais com muitas pessoas que possam consumí-la de uma vez” conta Mirian.
Pesquisas com a semente
Pesquisadores brasileiros que trabalham com a fruta no Departamento de Biologia Celular e Molecular da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), campus de Ribeirão Preto, no interior do estado, descobriram que a semente da jaca também tem propriedades benéficas ao organismo humano.
A professora Maria Cristina Roque Barreira, que coordena esses estudos, explica que “o trabalho no laboratório obtém da semente da jaca proteínas com aplicação biotecnológica, como é o caso da jacalina; e aplicação farmacêutica, como ArtinM”.
A primeira proteína, a jacalina, liga-se seletivamente a um tipo de cadeia que faz parte dos anticorpos presentes em secreções como o leite materno. Segundo Barreira, desta forma “a jacalina é uma ferramenta muito adequada para isolar esses anticorpos, bem como para dosá-los e mesmo caracterizá-los quanto à correta associação com açúcares fazendo com que eles desempenhem bem o seu papel para proteger o corpo humano”.
Já a ArtinM, purificada no laboratório da USP, tem o efeito de reparar tecidos lesados, como a pele que sofre queimadura, ou a córnea ulcerada. A professora explica que “a aplicação de ArtinM no local provoca o afluxo de células que contêm cadeias de açúcares que são alvo da ligação por ArtinM. Estimuladas pela ligação, essas células são ativadas e soltam substâncias que aceleram o processo de cicatrização”. (Band)
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