quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Gratuidade é liberada, mas cidade acumula orelhão quebrado

Cada morador de Salvador tem pelo menos duas linhas de celular, o que deixa a cidade em primeiro lugar no ranking de capitais brasileiras com o maior número de aparelhos móveis, segundo pesquisa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). É tão comum ter um celular que, pelas ruas, quase não se vê alguém em um telefone público. Mas quem precisar de um orelhão  vai ter que andar muito. É mais fácil pedir o celular de um desconhecido do que encontrar em funcionamento um dos aparelhos que são administrados pela Oi. Devido aos problemas recorrentes que impedem o funcionamento dos aparelhos, a  Anatel determinou que os 45.194  telefones públicos espalhados pelo interior da Bahia e os 11.246 instalados na capital  deverão realizar, a partir desta quinta, 30, ligações gratuitas para telefones fixos. A gratuidade vale até o dia 30 de outubro. Neste prazo, a agência exige  que pelo menos 90% dos aparelhos funcionem.

A reportagem de A TARDE percorreu ruas e avenidas da cidade e, dos 129 orelhões vistoriados, 53 estavam sem funcionar. Os motivos vão da falta do fone de ouvido a fios arrancados. Outros chegaram a dar sinal de ligação, mas não prosseguiram com a chamada ou a interromperam quando o telefone chamado atendeu. De acordo com a Anatel, dos mais de 11 mil  telefones públicos instalados na capital baiana, pelo menos até esta quarta, 29, 712 estavam em manutenção. Ou seja, ainda há outros milhares quebrados à espera de conserto.
Do total de orelhões, no entanto, apenas 6.794 funcionam por 24 horas - muitos estão instalados em estabelecimentos que seguem o horário comercial e instituições públicas. "Hoje tive que andar muito no Comércio para conseguir um telefone que funcionasse. Se fosse caso de urgência, não sei o que seria", disse o autônomo Fábio Santana, 26 anos.
Gratuidade - As ligações gratuitas fazem parte do Plano de Revitalização da Telefonia de Uso Público, iniciado em agosto do ano passado envolvendo as  cinco operadoras nacionais. A medida deveria atingir 90% do funcionamento dos orelhões em prazos diferentes. Apenas a Oi (86%) e a Embratel (69%) não alcançaram a porcentagem. 
Por conta disso, a Oi foi indicada a permitir a ligação gratuita em nove estados que tiveram o pior desempenho (Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná e Sergipe). De acordo com a Anatel, Salvador atende a determinação de quatro aparelhos para cada mil habitantes, mas em compensação os aparelhos não seguem os requisitos de qualidade para o uso.  Já dos 417 municípios baianos, 170 não cumprem o princípio de densidade por habitante.
Ronda - A reportagem esteve na rodoviária, no Fórum Ruy Barbosa, na Praça da Piedade, nas avenida Sete, Joana Angélica e Carlos Gomes, e nos bairros Dois de Julho, Barra, Ondina e Rio Vermelho. A pior situação encontrada foi a da Praça da Piedade. Dos 12 orelhões, 10 estavam sem funcionar. Na Avenida Joana Angélica, dos 14, apenas cinco  funcionavam. No Dois de Julho, só quatro de 13 aparelhos realizavam ligações.
O Porto da Barra tinha quatro orelhões quebrados, dos oito existentes. O local com maior número de aparelhos funcionando é a região do Fórum Ruy Barbosa (dos 23, cinco estão quebrados) e a rodoviária, de 10 aparelhos apenas dois estão apresentando problemas.  Procurada, a Oi, via sua assessoria de comunicação, não informou o número de técnicos que realizarão os consertos justificando que não tem dados regionais.

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