quarta-feira, 25 de abril de 2012

Estudo: aspirina pode reduzir em 1/3 risco de morte por câncer

aspirina-pode-reduzir-risco-de-cancer.jpgPacientes de câncer no intestino que tomam aspirina podem reduzir em um terço o risco de morrer por causa da doença, acreditam especialistas. Mas eles dizem ser muito cedo para concluir que o medicamento deveria ser ministrado regularmente a pacientes. Estudos já apontaram para benefícios do analgésico no tratamento de outros tipos de câncer. Mas a droga também pode ter indesejáveis e perigosos efeitos, causando irritação estomacal e hemorragia interna em alguns pacientes.
O estudo, publicado pelo British Journal of Cancer, examinou 4.500 pacientes na Holanda. Todos receberam baixas doses diárias de aspirina - 80mg ou menos - dose também é recomendado a pessoas com doenças cardíacas.
No estudo, que levou quase uma década, um quarto dos pacientes não usaram aspirina, um quarto apenas usou aspirina depois de ser diagnosticado com câncer e a metade restante tomou aspirina antes e depois do diagnóstico. A maior parte dos pacientes que tomaram aspirina o fizeram para evitar doenças cardiovasculares, como enfarte e acidentes vasculares. Tomar aspirina por qualquer período depois do diagnóstico reduziu a chance de morte por câncer em 23%. Os pacientes que tomaram doses diárias do medicamento por pelo menos nove meses depois do diagnóstico tiveram a chance de morrer por câncer reduzida em 30%.
Os que usaram aspirina apenas depois de diagnosticado o câncer de intestino apresentaram um maior impacto na redução de mortalidade. Nos pacientes que tomaram a aspirina antes e depois do diagnóstico, a redução do risco de morte foi de apenas 12%. A razão para isso talvez seja o fato de que vários dos pacientes que já vinham tomando o analgésico sofriam de tipos de câncer particularmente agressivos, afirmam especialistas.
O pesquisador Gerrit-Jan Liefers, do Centro Medicinal da Universidade de Leiden, afirmou: "Nosso trabalho soma-se a crescentes evidências de que a aspirina não apenas pode prevenir a ocorrência de câncer mas também impedir que a doença se espalhe". Ele disse que a aspirina não deve ser vista como alternativa a outros tratamentos, como a quimioterapia, mas poderia ser útil como tratamento adicional.
Recomendar, não
"É possível que pessoas mais velhas tenham outros problemas de saúde que não permitam a quimioterapia. Câncer de intestino é mais comum em pessoas mais velhas, então esses resultados poderiam ser um grande avanço no tratamento da doença, particularmente para este grupo. Mas precisamos de pesquisa adicional para confirmar isso. " Ele disse que o plano agora é fazer um teste aleatório controlado - chamado "Gold Standart Test" na pesquisa - para verificar se a aspirina prevalece sobre uso de placebo junto ao mesmo grupo de idosos.
Sarah Lyness, da Cancer Research UK, disse: "Este último estudo acrescenta evidências sobre os benefícios da aspirina. Mas ainda não chegamos ao ponto de recomendar que as pessoas tomem aspirina para reduzir o risco de câncer. "Ainda há questões que precisamos responder sobre efeitos colaterais, como hemorragia interna, e sobre quais seriam os maiores beneficiados pelo uso da aspirina, quem poderia sofrer efeitos negativos e ainda que dose deveria ser ministrada". "Qualquer um pensando em tomar aspirina para reduzir o risco de câncer deveria conversar com seu médico primeiro. Pessoas com câncer devem estar cientes de que a aspirina pode aumentar as chances de complicações antes de cirurgia ou outros tipos de tratamento, e devem discutir isso com o especialista. "Enquanto isso, há outras formas de reduzir os riscos de câncer, como não fumar, beber menos álcool e manter um peso saudável".

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