quarta-feira, 25 de abril de 2012

Homossexuais fazem protesto no Farol da Barra


"Contra a homofobia no estado da Bahia", com gritos de protestos como este, aconteceu na tarde desta quarta-feira (25), a abertura oficial do V Fórum Baiano de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) no Farol da Barra, em Salvador.

O ato de protesto contra homofobia antecedeu o fórum que pretende reunir na capital baiana as lideranças locais e de demais cidades da Bahia, além de personalidades da luta pelos Direitos Humanos no Brasil. 

 
Para o representante do Coletivo Universitário pela Diversidade Sexual e do Fórum Baiano LGBT, Ricardo Santana, a participação do governo na luta desta minoria é inexistente. "Nós não aguentamos mais sofrer nas mãos de policiais despreparados, de um governo que não entende que a homossexualidade deve ser respeitada. Nós não praticamos, nós vivemos a nossa sexualidade. Essa terra é um lugar que rima com homofobia, colocam os homossexuais à margem. O governo não tem forma de catalogação de dados sobre os tipos de crimes que muitos de nós sofremos. Não existe vontade do poder", desabafa. Bocão news

 
De acordo com dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), a Bahia foi campeã nacional de crimes homofóbicos nos últimos seis anos. Somente neste ano 13 homossexuais foram assassinados no estado. "Pelo sexto ano, a Bahia ocupa o primeiro lugar de crimes contra homossexuais. O machismo no Nordeste é superior ao Centro Sul. O fundamentalismo religioso também impera. As igrejas evangélicas pregam contra os homossexuais, elas "endemonizam" essas pessoas. Medidas devem ser tomadas. Bancos de dados sobre os crimes devem ser feitos. A orientação sexual da vítima deve constar no Boletim de Ocorrência da vítima. A polícia precisa ser capacitada", disse Mott.
 
Ainda segundo o GGB, Salvador concentra 56% dos crimes, seguida de Feira de Santana, Itabuna, Candeias e Juazeiro. Entre essas vítimas, 28% foram assassinadas a facadas, espancamentos e tortura. E menos de 10% dos assassinos foram presos e sentenciados. Ainda de acordo com o GGB, 41% das vítimas foram mortas com arma de fogo e 28% a facadas. Além disso, menos de 10% dos assassinos foram presos e setenciados.

 
Para Lorena Lima que faz parte da Marcha Mundial de Mulheres e é Conselheira Estadual da Juventude de Itaberaba, os crimes mais agravantes ocorrem no interior do estado. "Infelizmente, as mulheres estão mais expostas a violência do que os homens. No interior acontecem os 'estupros corretivos', o agressor acha que vai violentando a vítima ela vai deixar de ser homossexual. A violência diária é muito frequente. Não é uma facada só, são mais de 30 facadas. Você não pode amar uma pessoa e demonstrar carinho por ela?"
 
A manifestação faz parte do conjunto de atividades preparatórias para a Terceira Marcha Nacional Contra Homofobia, que acontecerá no dia 16 de maio, em Brasília, cujo tema será "Juntos pela Criminalização da Homofobia e por uma Educação Sem Homotransfobia."

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