terça-feira, 3 de julho de 2012

Recepcionista pulou de janela e saiu ilesa de acidente que matou 10 na BA


A reação repentina da recepcionista Andrea Nery de Santana foi pular a janela assim que a van em que viajava, envolvida em um acidente com dez mortes, parou na pista da BR-324 na manhã desta terça-feira (3). Ela estava no lado esquedo, o mesmo do motorista, na poltrona do meio, cuja janela partiu com impacto da batida, segundo o seu relato. Ela sofreu pequenos arronhões no cotovelo e na perna, consequência do contato que teve com o asfalto.

"A minha janela foi a única que estourou. Foi tudo muito rápido. Pulei a janela, peguei meu celular e comecei a ligar para o Samu. Só pensei em dar socorro, ali só tinha a gente. Eu sozinha na pista e os corpos lá, no chão", afirma a sobrevivente. O acidente ocorreu pouco antes das 5h, no km-591, perto da cidade de Candeias. Todos os mortos e feridos estavam na van, entre eles, passageiros e motorista. Eles tinha saído da cidade de Saubara, no recôncavo da Bahia.
De acordo com Andrea Nery, os passageiros viajavam todo início de dia comercial para trabalhar na capital baiana. Ela não acredita que o motorista tenha dormido ao volante e propiciado a batida. "Conhecia de vista todo mundo. Eram trabalhadores, que vinham com ele [motorista] há mais de cinco anos. Ele era muito responsável, a gente não tinha medo, todo mundo vinha dormindo, porque conhecia ele há muito tempo. É super responsável, tem mais de 15 anos de profissão, viaja para fora do país", afirma sobre o motorista. Além dela, outro passageiro, Antônio Ramos, não sofreu ferimentos graves.
Para a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista da van, que está internado em Salvador, deve ter dormido ao volante. Segundo o órgão, a conclusão foi obtida por meio de informações iniciais e embasada no fato de que a van transportava passageitos, a carreta que seguia à frente mantinha a velocidade compatível com a permitida na pista e porque foi encontrado cerca de R$ 900 em notas trocadas com o motorista. A quantia, segundo o órgão, demonstra que ele trabalhou durante toda a madrugada pós-feriado 2 de Julho, que é de âmbito estadual e celebra a independência do Brasil na Bahia. A PRF explica que a van bateu no fundo da carreta, depois na lateral, perdendo a estabilidade,  tombando e parando embaixo do veículo.
De acordo com a Agerba, órgão estadual que regula e fiscaliza os transportes, a van não possuía licença para realizar transporte, configurando clandestinidade. Segundo o diretor executivo do órgão, Eduardo Pessoa, o proprietário do veículo solicitou vistoria junto à Agerba em setembro de 2011, mas a realização do procedimento foi negada porque a van não possuía requisitos para circular. A perícia foi realizada por equipes da Polícia Civil da cidade de Candeias. A reportagem não tem conseguido contato com a unidade policial. (G1)

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