sábado, 23 de junho de 2012

Compra de licor exige cuidado com procedência


Indispensável nas festas juninas, nesta época do ano os licores são vendidos em cada esquina na cidade e mesmo em grandes redes de supermercados são oferecidos como oriundos de fabrico caseiro, o que nem sempre pode ser comprovado porque nos rótulos faltam informações sobre o nome do fabricante e os contatos telefônicos para o caso de reclamações. E, mais grave, também não constam nas garrafas dados sobre a procedência da cachaça utilizada, nem seu teor alcoólico. Em Salvador é comum avistar cartazes oferecendo o legítimo licor de Cachoeira, sem que se saiba ao certo se o produto foi fabridado por de produtores daquele município ou se sofreu alguma alteração. Para evitar problemas de saúde, os consumidores têm como alternativa recorrer a fabricantes tradicionais, que, além de fornecer seus contatos telefônicos, trabalham há décadas neste ramo.

Este é o caso de Paulo Sérgio Vieira, mais conhecido como Paulo Lé, que trabalha nesta área há cerca de 35 anos, desde o tempo em que ajudava os pais nas vendas do produto na antiga Feira da Fonte Nova, nas proximidades do Dique do Tororó. "Meu pai Antonio Vieira e minha mãe, Raimunda do Feijão, produziam o licor e vendiam antes de eu nascer. Um dia, meu pai ficou doente, fui ajudar minha mãe e nunca mais parei", explica Paulo Lé, que tem atualmente uma banca no fim de linha do Nordeste de Amaralina, bairro onde sempre viveu e onde é agente comunitário de saúde e presidente do conselho de segurança pública. Interessado e criativo, ele buscou conhecimento téorico na Escola do Senac onde fez curso de barman. Dai começou a dar asas à imaginação e a cada ano lança um novo produto. Em 2012, o carro-chefe é o cralicamel (cravo, limão, canela e mel) que está sendo bastante procurado. Mas, admite, os licores de jenipapo, passas, tamarindo e maracujá são os mais vendidos devido aos hábitos de consumo tradicionais dos baianos.
Paulo Lé orienta os consumidores a ficarem atentos à qualidade dos produtos que estão comprando, porque muita gente que não tem a menor experiência compra produtos em quantidade e vende sem qualquer cuidado com a origem e a conservação. Ele diz que para evitar comprar uma bebida que contenha água para render mais dinheiro a negociantes inescrupulosos, o comprador deve balançar a garrafa e verificar se as bolhas levam um longo tempo para se dissolver. Ele também alerta que licores de algumas frutas como cajá e coco mudam o sabor se não forem consumidos em pouco tempo, o que não ocorre com jenipapo, ameixa e passas que, por terem sua calda fervida duram muitos anos.
O sucesso das vendas não vem apenas da criatividade, ressalva Paulo Lé, mas da qualidade dos produtos usados na fabricação dos licores, na higiene para a produção e no controle de qualidade. A base da bebida é um álcool de cereais (cachaça) fabricado em São Félix, situado a 110 km de Salvador, na região do Recôncavo Baiano. As frutas são escolhidas nas feiras locais e colocada em infusão meses antes do ínicio da produção, que é rigidamente controlada, explica. Já o controle de qualidade é feito pelas vizinhas Maria dos Prazeres, Maria José, Luciene e Edna. "Elas provam cada amostra e se dão o ok, engarrafo e vendo", assegura.
Em sua banca ricamente ornamentada com bonecos juninos e com ofertas de brindes para os compradores, exibe licores exóticos como chocolate preto ou branco com pimenta, amendoim com catuaba ou com jatobá, café com leite, coco queimado entre outros. As bebidas a base de cajá, graviola, cupuaçu levam pedaços de frutas e são "turbinadas" com sorvetina, produto que confere cremosidade a sorvetes e picolés. No total são 25 tipos de licores. ATarde



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